Rádio

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Relatório mostra considerável presença de receptores AM/FM na população e uso crescente de streaming

São Paulo - Consumo de rádio está elevado devido à massiva presença de receptores AM/FM entre os ouvintes e também pelo hábito do uso de streaming de rádio


Nos dois universos possíveis, online e offline, o rádio conta com mais um levantamento que mostra um cenário positivo quando o assunto é o consumo do próprio meio. Uma pesquisa online recente, envolvendo 2.500 consumidores dos EUA de 16 a 74 anos, revelou um dado importante: 90% deles possuem algum receptor de rádio AM/FM e 30% escutam estações AM/FM via streaming. Vale lembrar que o smartphone tem um papel importante no consumo de rádio via áudio digital por lá, já que a presença de rádio FM nesses aparelhos não é tão difundida como em outros países, a exemplo do Brasil (por causa da abragência de dispositivos Android).

Este estudo foi realizado pela Hub Entertainment Research em novembro passado, para seu relatório intitulado "Você Está Me Ouvindo Agora?" ("Can You Hear Me Now?", no original). O foco, de acordo com a publicação, foi analisar o impacto do conteúdo e dispositivos de áudio no universo do entretenimento. Dados como o crescimento no consumo de streaming de rádio são até esperados, mas a massiva presença do receptor FM/AM chama a atenção do mercado local.


De acordo com o relatório da Hub, "O rádio, seja transmitido pelo ar ou por streaming, continua sendo um meio de comunicação muito popular. Especialmente nos carros, ouvir rádio ainda representa um aspecto crucial no conjunto de mídias, mais ainda com a inclusão de opções de streaming". De fato, a característica do rádio norte-americano é uma maior dependência do consumo em trânsito, um fator distinto do observado no Brasil, onde o consumo residencial é predominante.

Novamente sobre as descobertas da Hub, o estudo mostra que 50% dos entrevistados têm acesso a rádio via satélite, embora nem todos o utilizem, e 25% escutam simulações de transmissões de rádio via satélite. Vale lembrar que existe um serviço de assinatura desse tipo nos EUA, que é a SiriusXM. Notavelmente, uma grande parte desses ouvintes não sintoniza em transmissões regulares terrestres.

No universo dos podcasts, o relatório da Hub evidencia a forte relação destes com a televisão. Cerca de um terço dos participantes da pesquisa ouve podcasts ligados a programas de TV, sejam oficiais, produzidos por fãs ou apresentando atores e equipes criativas dos shows. Entre os ouvintes de podcasts, 50% mostraram maior interesse em assistir novos programas de TV baseados em seus podcasts favoritos, e 47% disseram que os podcasts os ajudaram a descobrir novos programas de TV anteriormente.

Importante destacar que 92% dos ouvintes de podcasts associados a séries de TV afirmam que estes ajudam a manter o interesse entre as temporadas. Esse interesse também se estende a programas já encerrados. Entre os ouvintes de podcasts sobre séries de TV antigas, 85% acreditam que os podcasts os incentivam a buscar e rever séries mais antigas.

A pesquisa também revelou que 80% dos consumidores utilizam serviços de streaming de música, 70% utilizam serviços de podcasts e 40% de audiolivros. O Spotify lidera no streaming de música, seguido de perto pela Apple e Pandora, e também em podcasts. A Amazon/Audible é a líder destacada em audiolivros. Em uma visão geral, o Spotify leva uma ligeira vantagem sobre a Amazon/Audible e o Google/YouTube.

Apesar dos aplicativos permitirem a escuta de áudio em qualquer lugar, a maioria ocorre em casa, com a notável exceção do uso em carros. O relatório finaliza: “Se havia dúvidas de que o streaming de áudio é uma tendência dominante, agora não há mais. Os norte-americanos estão consumindo streaming tanto para os ouvidos quanto para os olhos.

E por qual razão olhar para lá fora?

O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.

por Daniel Starck

Fonte: Tudo Radio


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