
por Mônica Tavares
BRASÍLIA — Em julho, o Ministério das Comunicações vai convocar o conselho consultivo, reunindo representantes do governo, indústria e radiodifusores, para discutir o modelo e a tecnologia do rádio digital que serão adotados no Brasil. A informação é do secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica, Genildo Lins, que participou na quinta-feira do 26º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, organizado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) para comemorar os 90 anos do rádio e os 50 anos da televisão.
Em setembro, o Ministério vai apresentar os resultados dos testes com os padrões europeu e americano para a rádio digital. E entre setembro e dezembro definirá o modelo. Genildo Lins disse que o governo trabalha com alguns cenários, mas que a definição será dos radiodifusores, porque eles é que terão que arcar com os custos da digitalização. E alertou que qualquer sistema adotado terá que manter a mesma cobertura que uma rádio analógica.
— O ouvinte somente terá um custo, o de trocar o seu receptor — esclareceu.
Outro problema apontado pelo secretário no processo é de ordem legal. Ele acredita que, se for adotado no país o modelo digital permitindo que uma rádio AM vá para a FM, fórmula preferida pelos radiodifusores, isso poderá ser considerado um novo serviço. O governo acredita que o Congresso precisará aprovar um projeto de lei com as novas condições.
Para a rádio AM se tornar digital, deverá usar os canais 5 e 6 da TV, o que já tem a concordância técnica do Ministério das Comunicações. Isto reduzirá as interferências no som e melhorará a qualidade do sinal.
— A migração (da rádio AM analógica para a digital) ficará para quando se definir a questão legal — afirmou Lins.
Dilma quer garantir transferência de tecnologia
O secretário também deixou claro que a política da presidente Dilma Rousseff é garantir a transferência de tecnologia e a produção nacional de equipamentos na digitalização do rádio. O conselheiro da Abert Daniel Slavieiro também considera importante que os detentores da tecnologia repassem para o país estes conhecimentos.
A Abert está realizando estudos para levantar os investimentos necessários à migração de uma emissora do sistema analógico para o digital. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma emissora FM que deseje digitalizar seus equipamentos para o mesmo sistema FM tem um custo entre US$ 80 mil e US$ 120 mil.
Genildo Lins disse que existem cinco mil rádios no país, entre educativas e comerciais, mas, se forem computadas também as comunitárias, elas podem chegar a 10 mil emissoras.
— A digitalização do rádio vai melhorar a percepção do sinal para o ouvinte, mas o custo para o radiodifusor é muito alto — disse o secretário.
Com informações de O Globo - Digital & Mídia - Congresso ABERT
Fonte: Abert
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